Milhares de profissionais de segurança participaram no mês passado da conferência anual organizada pela RSA Security, a empresa de segurança que criou o “criptossistema de chave pública”, ou seja, a criptografia RSA, para vender seus novos equipamentos e discutir espionagem do governo. Segundo o The Guardian, a edição de 2014 diferiu das anteriores.
Este ano, a RSA teve que se defender contra um painel de especialistas sobre o alegado acordo comercial de US $ 10 milhões com a NSA. A Agência Nacional de Segurança Americana, para incorporar uma criptografia defeituosa em seus produtos. Art Coviello, CEO e presidente da RSA, conseguiu convencer alguns participantes de que tal acordo não foi feito e assegurou a todos que a RSA estava cumprindo as recomendações do NIST (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, instituição do governo dos EUA).
Outros participantes expressaram seu ceticismo. Entre outras críticas contra a NSA sobre intrusões de privacidade em todo o mundo e espionagem do governo, uma nova preocupação surgiu: a espionagem em massa tem paradoxalmente facilitado as atividades ilegais de criminosos cibernéticos. Eles adaptaram as técnicas de hacking da NSA, de acordo com o The Guardian. “As técnicas de phishing usadas pelo policial chinês em 2008 foram copiadas de criminosos russos para roubar fundos de empresas americanas em 2010”, disse Ross Anderson. professor de engenharia de segurança na Universidade de Cambridge. “Um número ainda maior de pessoas entendeu o alcance das possibilidades”
Atualmente, a criptografia é uma das etapas de proteção fornecidas aos usuários.
O especialista em criptografia Bruce Schneier explicou que, primeiramente, estamos testemunhando o surgimento de técnicas da NSA para hackear roteadores em assuntos criminais. Além disso, alguns delinquentes já usam os mesmos métodos de invasão de unidades móveis e espionagem do governo com webcams, como os da NSA. Consequentemente, os programas secretos se tornarão a pedra angular das futuras teses de doutorado e das ferramentas de hackers para os hackers de amanhã, explicou o especialista.
Por exemplo, o uso de backdoors (desconhecido para o usuário legítimo, que dá acesso secreto ao software) em vários produtos beneficia todos os hackers. Não apenas isso, mas também as empresas que permitiram o uso dessas técnicas deram acesso a agências de inteligência e a hackers. Atualmente, as agências de segurança, bem como os criminosos, exploram falhas no sistema, como “dia zero”, vulnerabilidades desconhecidas do público, que estão operacionais em certos produtos e softwares, acrescentou o especialista.
Entretanto, a NSA não é a única organização que facilita o cibercrime, conscientemente ou não. Ao mesmo tempo, o uso de ferramentas cibernéticas em guerras cibernéticas por governos de vários países prejudicou a cooperação contra o cibercrime, segundo Art Coviello. Além disso, a introdução pelas agências de espionagem do governo (além das tradicionais agências de inteligência) de softwares inescrupulosos em redes mundiais fornece ainda mais ferramentas para os hackers. “No que se refere a armas cibernéticas, a caixa de Pandora foi aberta e, ao contrário das armas nucleares, as armas cibernéticas são facilmente espalhadas e podem ser modificadas pelos desenvolvedores”, alertou Coviello.
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– Equipe de Mailfence